sexta-feira, 27 de outubro de 1972

Espera




Espera

 
 Amor...
As palavras escorregam nos dentes,
brincam nos lábios, acariciam o queixo
e perdem-se no ar... Os pensamentos enroscam-se no cérebro,
brigam entre os cabelos
e voam sem destino.
 
Amor...
As mãos saem das luvas
e olham para si mesmas
- embora sem olhos aparentes -
e contam os dedos, um a um...
não lhes falta nada -
dedos, unhas e calos...
 
Amor...
Os pés espreguiçam-se fora dos sapatos
e param sem saberem para onde ir.
As pernas prendem-se ao tronco,
por medo de fazerem algo errado. O sexo aquieta-se,
à espera do amor que não vem...

Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz.
Rio de Janeiro, qual o dia? o ano? não sei... lembro-me tão somente da emoção...

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